sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

- Meu problema de belas pernas

Eu tenho uma mulher e ela é linda. Pode crer que uma das mais lindas que já viveram, não só pelas belas pernas e seios empinados que cabem perfeitamente nas minhas mãos, ou pelos cabelos fora de moda que insiste e se despenteiam tão facilmente em minha presença, mas também pela timidez que disfarça (mas não esconde, ela nunca se esconde) uma bela cavalgada, caras e bocas e gemidos, peitos saltitantes e uma boceta de veludo. eu tenho essa mulher e ela é linda.
As conversas cinematográficas confirmam o meu poder sobre ela, apesar da certeza de que ela nunca será minha, ou eu dela. eu poderia (e como poderia!) passar a eternidade ouvindo suas histórias de promíscuidade, longe de qualquer hipocrisia, mas um dia acaba. e acaba mesmo, eu até sei o dia. ou pelo menos imagino, pelas circunstâncias, coisas da vida, essa ironia sem fim. até porque, um dia a virilidade acaba também e os assuntos morrem. as histórias se tornam repetitivas e tudo se torna rotina. ela não teria a menor graça rotineira. ela já sabe muito, mas tem muito o que aprender. eu sei que tem e sei que gosta como gosta do meu gozo em sua boca, o que quase me da vontade de gozar novamente e nunca mais parar.
Eu sei que ela não é minha, mas eu gosto de pensar, nesses poucos dias. quero aproveitar essas duas semanas como se fosse uma vida inteira e imaginar que todas essas histórias tenham sido um sonho bom que ela me conta quando acorda, assustada, desculpando-se pela infidelidade, quando na verdade, o infiel sou eu e ela, uma linda menina-mulher-princesa, doce toda vida, devassa toda noite (ou tarde, manhã, madrugada). Se um dia eu me salvar, caso com a vadia! e choraria toda noite com medo de perde-la. minha doçura, chocolate desbotado de altíssima qualidade. não fala muito, mas sabe muito, saca muito, sai muito, fode muito. meio termo entre sonho e pesadelo. purgatório, pra quem acredita.
Eu tenho uma mulher, essa mulher. E ela é linda.

Um infiel



*Se eu fosse homem, seria poeta.
*Não poderia escrever sobre você sem falar de amor. Como o amor é inconveniente, falei de mim.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

eu não guardo rancor.
sinto que constantemente sou desrespeitada por isso, mas eu não consigo, simplesmente.
me faz bem lembrar apenas das coisas boas e eu só consigo, grito e esperneio até esquecer. e esqueço só o que de mal você me fez, as lágrimas que não segurei e a aflição no peito pra guardar os beijinhos e carinhos, com carinho. o que me faz sorrir de cantinho quando eu to sozinha, perdida nos pensamentos, devaneios que me levam a crer que um dia eu vou estar por aí. que do jeito que as coisas são, não vai ser em vão, não vai deixar eu me ferir sem motivo assim.
não faz mais diferença se foi hoje, ontem ou se será amanhã. nem ligo se não fala comigo, ou se fala e depois se cala. eu piro é de pensar nela por perto, como eu deveria ser. e eu me lembro do seu ombro acolhedor, do seu beijo gostoso de beijar e como eles são só meus. os delas são delas, o meu é meu. e logo vai embora toda vela que chora e toda lágrima que derrete. acendo um incenso e durmo tranquila pensando que toda poeira, uma hora baixa.
não queria uma parte do que está acontecendo
queria deitar no teu colo e ver o pôrdoSol
e depois a Luavermelha
com a vontade de seguir

deita comigo?
dorme comigo?
foge comigo?
sente comigo?

a noite é sempre tão convidativa, a manhã sempre tão esperada
espero que amanhã tudo ainda seja essa madrugada

essa noite eu sonhei em você
por nós dois
pelo depois que nos aguarda
e pelo vão que nos retarda
as coisas mudaram
mas eu continuo a mesma
os dias passaram
mas eu continuo na mesma
quem sabe um novo ano
quem sabe uma nova postura
quem sabe uma nova aventura
quem sabe?
você sabe?
nem eu!