- Meu problema de belas pernas
Eu tenho uma mulher e ela é linda. Pode crer que uma das mais lindas que já viveram, não só pelas belas pernas e seios empinados que cabem perfeitamente nas minhas mãos, ou pelos cabelos fora de moda que insiste e se despenteiam tão facilmente em minha presença, mas também pela timidez que disfarça (mas não esconde, ela nunca se esconde) uma bela cavalgada, caras e bocas e gemidos, peitos saltitantes e uma boceta de veludo. eu tenho essa mulher e ela é linda.
As conversas cinematográficas confirmam o meu poder sobre ela, apesar da certeza de que ela nunca será minha, ou eu dela. eu poderia (e como poderia!) passar a eternidade ouvindo suas histórias de promíscuidade, longe de qualquer hipocrisia, mas um dia acaba. e acaba mesmo, eu até sei o dia. ou pelo menos imagino, pelas circunstâncias, coisas da vida, essa ironia sem fim. até porque, um dia a virilidade acaba também e os assuntos morrem. as histórias se tornam repetitivas e tudo se torna rotina. ela não teria a menor graça rotineira. ela já sabe muito, mas tem muito o que aprender. eu sei que tem e sei que gosta como gosta do meu gozo em sua boca, o que quase me da vontade de gozar novamente e nunca mais parar.
Eu sei que ela não é minha, mas eu gosto de pensar, nesses poucos dias. quero aproveitar essas duas semanas como se fosse uma vida inteira e imaginar que todas essas histórias tenham sido um sonho bom que ela me conta quando acorda, assustada, desculpando-se pela infidelidade, quando na verdade, o infiel sou eu e ela, uma linda menina-mulher-princesa, doce toda vida, devassa toda noite (ou tarde, manhã, madrugada). Se um dia eu me salvar, caso com a vadia! e choraria toda noite com medo de perde-la. minha doçura, chocolate desbotado de altíssima qualidade. não fala muito, mas sabe muito, saca muito, sai muito, fode muito. meio termo entre sonho e pesadelo. purgatório, pra quem acredita.
Eu tenho uma mulher, essa mulher. E ela é linda.
Um infiel
*Se eu fosse homem, seria poeta.
*Não poderia escrever sobre você sem falar de amor. Como o amor é inconveniente, falei de mim.
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